
Me conhecer de verdade, requer muito mais sentimento do que razão. Eu sou uma pessoa para ser sentida, e não decifrada, não me construo sob códigos, e sim em camadas, que precisam ser desfeitas, retiradas uma a uma. Nada de decodificações, apenas tocam-me e desnudam-me coisas que estão, não ao meu alcance, ou tangíveis, e sim toques profundos.
Não me agradam nem códigos alheios. Sinto falta de ter por perto pessoas construídas em camadas, e não forjadas em macetes, e formatos excessivamente racionais. Os meus desejos não são segredos, faço questão de os deixar claro, para quem quiser saber. Afinal como se fazer transparente senão com clareza.
A forma sutil não me atrai em quase nada. Conheço pessoas que se revestem para não serem, verdadeiramente, reconhecidas. Que deixam somente pistas dúbias sobre sua real intenção, pra que? O que de fato conseguem com isso? "Mentir pra si mesmo, não é sempre a pior mentira"?
Por enquanto, ou, enquanto me for adequado, serei assim, transparente. Eloquentemente o que sou. E apenas sou. Sem máscaras, sem nuances, sem dó.