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sábado, agosto 22, 2015

Mergulhe-se

Quando a sua vida apresenta-se como um emaranhado de coisas sem sentido, você se pergunta como? Já que até então parecia normal, satisfatório, cômodo. 
Nessa fase a dúvida vence a certeza, mas se era certo porque deixou de ser? 
As vezes enganamos e iludimos a nós próprios, sustentados em modelos mentais emprestados e aprendidos que construímos como nossos. 
E vamos fazendo nossas escolhas e abnegando algumas vontades verdadeiras. 
Muito comum escolhermos um emprego que nos de status e garanta crescimento profissional ou uma relação diferente daquela que de fato desejamos. 
Daí pessoas perdidas e insatisfeitas andando aos montes por aí, mascarando seus reais desejos e sonhos e se entregando aos efeitos  'tranqüilizantes' das pílulas do mundo moderno. 
Se a ansiedade e a insatisfação aumentam, deixamos quase por ultimo o entendimento dos motivos e seguimos achando formas erradas de suprir.
Você se descobre maduro quando aprende a distinguir este nobre sentimento de ego, dor, submissão, dependência emocional ou idealização. Você se descobre maduro quando aprende a se despedir com um corte rápido, limpo e indolor de qualquer coisa que não se encaixe na simplicidade, leveza e alegria do que deve ser a vida real.

Só vencemos a tristeza e a insatisfação quando olhamos pelo lado de dentro, senão seguimos buscando fora a solução. E como poderemos encontrar algo bom se ainda não encontramos as nossas próprias boas verdades? 
Por isso busque-se incessantemente. Não cometa o erro de deixar-se perder. Você e só você é capaz de saber o que você quer de verdade. Mergulhe-se e aproveite cada segundo dentro dessa maravilha que vive aí dentro.

terça-feira, agosto 18, 2015

Liberdade Figurada - Conto I


Era apenas mais um dia daquela rotina insolente na vida de Clara. Apaixonada por emoções de toda ordem, ela se alimentava dessas fagulhas que faziam brilhar aqueles olhos amarelos. Eram essas sensações que lhe davam um fôlego ávido e uma coragem extra para suportar horas tão entediantes e cinzas que preenchiam boa parte da sua vida. 

Capítulo a parte, voltemos agora para a realidade de Clara. Os dia eram deveras longos naquela repartição a qual preferiu chamar de masmorra, mas que na verdade era o seu local de trabalho. Por mais que ela tentasse distrair-se em seus pensamentos criativos e livres, seu corpo (que parecia ter asas cortadas) ansiava pela liberdade.  

E assim passava longas horas, olhando para o relógio de tempo em tempo meio que na tentativa de, por um descuido, se perder e só se encontrar no momento de ir embora novamente.  

Mas como todo o ser alado (mesmo que por hora subtraído) Clara encontrava a sua pseudo-liberdade no ultimo andar do prédio sujo e encardido, onde havia alguns resquícios de ar, de sol e de paz.  

Naquele curto intervalo de tempo, Ela experimentava um misto de experiências que, embora longe de representar as fortes emoções pelas quais ansiava  seu coração, lhe serviam como uma espécie de remédio para aquietar a mente.  

O referido andar, não era nem um paraíso. Para ser mais correto parecia mesmo um pedaço do inferno, uma espécie de purgatório. Era sujo, era nojento, era o cenário perfeito para exorcizar alguns demônios interiores, inclusive pela fumaça dos cigarros que ali tragavam que misturada aos cheiros de restos de comida e de lixo espalhado pelos cantos, criavam uma atmosfera fétida.  

Mas porque ali estava sua liberdade momentânea? Não foi sempre assim que Clara viu aquele local. Aliás, sua primeira impressão estava mais para o cenário perfeito daquelas histórias de loucura e depressão. Como já foi dito, Clara era munida da capacidade de criar seu próprio mundo e isso se aplicava perfeitamente aos momentos de de desespero experimentados de quando em vez.


Graças a sua imaginação, ela fazia daqueles instantes um mergulho lento e profundo na vida dos que por ali perambulavam. Clara gostava de imaginar o que se passava na vida daquelas vidas. Observava a forma como eles comiam, a forma como olhavam para os arredores, fazendo um profundo esforço para se tornar intima dos pensamentos daquele monte de estranhos.
 

Nunca trocou nenhuma palavra com qualquer uma daquelas pessoas, preferia só observar pois assim sua imaginação tinha mais liberdade para dar o desfecho que mais lhe agradasse para cada um.


A moça gorda de cabelo engraxado, comia seu feijão com arroz com um apetite voraz como se tivesse fazendo a ultima refeição ou a primeira depois de anos de jejum. O rapaz esquelético que fumava seus cigarros quase que engolindo-os um a um parecia ter necessidade de consumir algo há muito perdido.


A tentativa de Clara era se encontrar naqueles seres, imaginar de certa forma como eles a viam e se dedicavam seu tempo restrito à observá-la como ela fazia.  

A liberdade figurada de Clara estava em viver por alguns segundos essas outras vidas, sob as quais, mesmo que subjetivamente, ela mantinha o controle e decidia o rumo de cada história. Clara na verdade nada mais era do que uma viajante de corpos alheios ao seu.


E ela que pensava não gostar daquela rotina, na verdade mal sabia que era dela que se alimentava, era daquela sensação de prisão que surgia suas maiores inspirações para imaginar e criar do jeito que bem entendesse. E a paixão onde estava? Justamente nisso: em figurar seu mundo conforme fosse sua vontade. Livre de padrões, modelos, estigmas e imposições.

 

sexta-feira, agosto 14, 2015

Silêncio

Silêncio

Por mais barulho que haja em seu mundo, aprenda a silenciar. Silencia quando as palavras não forem necessárias. Silencia quando as perguntas não forem dignas. Silencia quando o coração deseja te falar.
O silêncio tem voz, e traz consigo respostas que às vezes não cabem nos livros.
Silenciar-se é uma forma de comunhão interior.

É uma quietude que nos dignifica a encontrar o caminho perdido.
O silêncio é a porta mais aberta ao diálogo da alma.

Silencia. Aquieta. Alivia-se do ruído para ouvir-se de verdade.

quinta-feira, agosto 13, 2015

Grau 360

Quantas linhas em branco foram necessárias, quantos olhares ficaram perdidos, quantas vontades foram ignoradas, até que você pudesse enxergar seu eu novamente?
Quantas vezes você já se viu e se perdeu?
Não importam as respostas, mas sim o entendimento. A compreensão de que, por mais longa seja a distância entre o encontro e o desencontro, vira e mexe você é puxado de volta.
Livre-arbítrio? pode até ser. Mas por maior esforço que façamos em andar longe da nossa essência sempre há alguma força que nos leva de volta para ela.
Nessas idas e vindas, nestes intervalos e brechas sempre é nos dada uma nova chance de resgatar e compreender qual o propósito de nossa existência.
Aqui estou eu, de volta. Talvez seria melhor nunca ter partido? Não sei. Quem sabe ter ido foi o que me fez voltar com mais vontade. Afinal o seu EU real sempre triunfará sobre o seu ego, se assim você deixar.

quinta-feira, abril 14, 2011

International Kissing Day


Ontem era o dia do beijo, mas a verdade é que não beijei nada nem ninguém! Tragédias pessoais a parte, a data causou furor nas redes socias como o facebook. Inúmeras pessoas mandando beijo umas pras outras, outras se oferecendo pra ganhar uma bitoca ou uma linguada mais violenta, e outras tantas se fazendo de alienadas só curtindo e comentando os posts alheios.

O legal é que pelo menos o assunto é gostosinho de falar, afinal quem é que não gosta de beijar seja ao melhor estilo francês ou o frio selinho de lábios.
Por falar em beijo, preciso confessar que tem dias, e principalmente noites em que me pego com uma vontade violenta de beijar uma boca bem gostosa que ainda não beijei, mas que fica me causando alucinações!!!
Bom, enquanto isso não acontece, vou beijar meu travesseiro!

Explodindo o coração


Tem alguns dias que ando viciada num jogo bobo apresentado por Bolhas de São Valentin, uma versão com coraçõezinhos plageando o já mais conhecido Bubble Shooter. Bem, mas a questão exata não é esta. O que ocorre é que a tônica da brincadeira virtual é mirar com um arco e flecha os corações da mesma cor e estourá-los com um golpe certeiro da flechinha. Nessa função de ficar estourando os "hearts", comecei a pensar que estou fazendo a mesma coisa com o meu coração.

De maneira menos lúdica e explosiva, estou de certa forma esquecendo que tenho um coração dentro de mim, hoje mesmo me peguei falando com uma pessoa sobre meus planos futuros, e em nem por um momento coloquei o fator sentimento como projeto para os próximos anos!

Acho que os quase três anos sem namorar estão fazendo um serviço de blindagem gratuita aos meus anseios sentimentais. Confesso que senti um certo alívio por isso, não que eu deseje estar sozinha e sem amar, mas me sinto sim aliviada, por não estar carregando aquele peso do "ter que estar amando e sendo amada".

Então, enquanto nada acontece no plano sentimental...ando muito bem obrigada, ocupada com meus projetos mais mundanos, e dentre estes intervalos estouro os corações de São Valentin sem dó nem piedade!

quarta-feira, abril 28, 2010

Entendimentos


As coisas que despertam paixão devem ser feitas primeiro. Entendi que devo viver de forma mais prazerosa, que devo curtir o vento, sem reclamar da sua capacidade de bagunçar os cabelos. Que mereço toda a beleza, sem buscá-la incessantemente e artificialmente. Também entendi que o amor é mais meu do que de outra pessoa, e que de nada adianta amar sem se amar. Aprendi que respirar é necessário, não só para viver, mas para sentir a vida dentro de mim. Notei que os dias legais são mais curtos, justamente por serem tão intensos. E que os dias cinzas são necessários. Resolvi que terei mais noites dedicadas a apreciar a lua, e que contarei todas as estrelas que houverem, e que as ondas do mar serão mais curtidas pelos meus pés. Notei que meus olhos podem ver muito além do que está diante deles. Compreendi que amigos são indispensáveis pra brindar ou pra lamentar. Decidi que minhas viagens serão sempre mais cheias de graça, e que apreciarei tudo o que puder. E que minhas refeições serão mais demoradas. Que tomarei mais vinho no inverno, e sentir o gosto de todas as frutas do verão. E os beijos, sempre mais gostosos. Resolvi que estarei entregue a tudo que me causar apreço, e que negarei meu tempo aquilo que não me acrescenta, que não me torna uma pessoa melhor. Aprendi que meus sonhos estarão sempre no topo das minhas realizações, e que não há procrastinação para minhas escolhas. Entendi que a vida é o hoje, que o ontem é uma tela já pintada, e que o amanhã, dele nada sei.
Por isso tudo, resolvi que serei transparente comigo mesma, sincera com os outros e que todo o resto será uma consequência. Inevitavelmente, serei sempre muito feliz!