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quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Simplesmente exista


v. tr. tolerar
1. Sofrer o que não deveríamos permitir ou o que não nos atrevemos a impedir.
2. Consentir; permitir; deixar passar.


Sou capaz de permitir um tanto de coisas. Em silêncio pergunto-me por vezes, o que de fato sou capaz de tolerar. Possibilidades vem e vão, e nada tolero pra sempre. Aliás, tolerar é um tanto quanto estranho pra quem não suporta apenas a indiferença! Perdoem-me, mas não consigo mesmo ser indiferente. Como eu queria ter este artifício dentro de mim, para de vez em quando escapar da teia de julgamentos que atiro em tudo. Nada, absolutamente nada passa por mim ileso as entranhas daquilo que penso.
Vim desprovida da faculdade de tolerar, nem mesmo me tolero.

Deixar passar, é como fechar olhos, boca, ouvidos e cerrar todos os demais sentidos, para aquilo que se joga contra você. Se tem que ser tolerado é porque de certa forma está no meio do caminho, estancando o fluxo, trancando a passagem.
Gêneros, estado forçado, disfarces não me pegam mais, o que tem que ser, tem mesmo que ser. Com toda a força que consegue ser, sem máscaras, sem nuances. Ou preto ou branco, ou extremamente colorido, mas nunca incolor. Ou salgado, ou doce, ou cítrico, mas nunca sem gosto. Me poupe da sordidez das ausências, das pseudo-coisas. Isso só aguça mais minha intolerância.

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